quarta-feira, 7 de maio de 2008

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Maria das Graças Almeida Martins: A minha família não tem tradição na dança, eu fui a primeira. Nascida e criada no celeiro cultural, Barbalha (Cariri), onde desde sempre vi e convivi com as Tradições Culturais, apaixonei-me pela dança muito cedo, onde eu era parte do cenário das manifestações folclóricas como Banda Cabaçal, Quadrilhas, Cocos, Penitentes na maior festa da região: O Pau da Bandeira.Em 1981 vim morar em Fortaleza e de cara ingressei no Grupo de Tradições Cearense como dançarina e onde aprendi a pesquisar o que eu dançava. Fiquei no GTC até 2001.
Os Caminhos Percorridos
Em 1982 conheci um Grupo de Flamenco num Festival Internacional de Folclore na França. Amor à primeira vista. Comecei a estudar a cultura e aprendi a tocar castanholas. Em 1993 estreamos o projeto “Cantares de España”, sobre a decadência espanhola e a invasão moura. Aí nasceu o Grupo Tablado Flamenco, eu e mais duas pessoas. Na ânsia de aprender mais sobre Flamenco, fiz cursos em São Paulo e Minas Gerais, quando comecei a dar aulas, pois eu queria que todo mundo conhecesse essa arte. Empenhei-me em difundi-la, objetivando a informação e formação de platéias, ainda de forma muito inconsciente. Mais tarde, mudamos o nome do grupo para Grupo de Dança Tablado, hoje com 15 integrantes, e com a consciência do nosso trabalho e do nosso papel junto à sociedade.
As Fases Importantes
O Início – Quando conheci a Cultura Flamenca e decidi desenvolver meu trabalho corporal em torno dela.
O Desafio – A criação de um Grupo de Dança (que se chamou Tablado devido ao piso onde se dança o Flamenco) dedicado especialmente ao Flamenco, em Fortaleza.
A Consciência – Manter o Grupo com um trabalho de qualidade, no nível pessoal e profissional dos dançarinos.
Principais Obras
Caminos Sevillanos – Por ter sido a nossa primeira produção
Ímpetu Gitano – Primeiro espetáculo com enredo, onde misturamos teatro, dança e canto (coral) e por ter tido 18 apresentações só em Fortaleza.
Cangaço – Por se tratar de uma pesquisa diretamente voltada para a Cultura Tradicional Popular Nordestina.
Objetivos
Quando comecei, eu queria simplesmente dançar e ensinar as pessoas dançarem flamenco. Isso era suficiente para mim. Hoje, eu tenho plena consciência de que minha dança tem uma missão muito maior, e é imprescindível trabalhar o “eu” de cada pessoa, para que ela consiga expressar sua emoção.
Prêmio Manutenção de Grupos - FUNCET
As mudanças me possibilitam “pagar” a um dançarino do Grupo, isso muda tudo, não estamos mais dançando somente por entretenimento. Pois, quando podemos garantir o aperfeiçoamento pessoal e o crescimento profissional dos dançarinos, através de políticas públicas, estamos falando de profissão e mais importante de futuro na vida desses jovens.